Abiclor

Novo marco legal do saneamento terá impacto na produção de hidrogênio verde

Os impactos do marco regulatório do saneamento serão sentidos em diversos setores do Brasil, notadamente, na saúde e na melhoria da condição de vida dos brasileiros. As metas estabelecem que até 2033, 99% da população tenha acesso à água potável e 90% à coleta e tratamento de esgotos. De forma indireta, o marco também contribuirá para o aumento na produção de hidrogênio verde (H2V), fonte de energia que é a grande aposta para a transição de uma economia baseada em combustível fóssil para uma de baixa emissão de carbono. E as indústrias do setor de cloro-álcalis terão papel estratégico na produção do combustível do futuro.

Produção de hidrogênio verde

A relação do cumprimento das metas estabelecidas no marco do saneamento com a produção de hidrogênio verde ocorre porque para a produção de insumos como o cloro, principal produto para o processo de tratamento de água e de esgoto, necessariamente há a produção de hidrogênio, por meio de um processo conhecido como eletrólise, que consiste na passagem de corrente elétrica em uma solução de salmoura.

E, quando produzido a partir de fontes de energia limpa, o hidrogênio proveniente das indústrias de cloro-álcalis é classificado como verde. De acordo com dados de mercado, aproximadamente 4% do hidrogênio atualmente consumido no mundo tem origem em plantas de eletrólise, especialmente de cloro-álcalis. “Para atender a meta de universalização do saneamento até o ano de 2033, as empresas do setor de cloro-álcalis preveem um aumento de 700 mil toneladas na produção de cloro, o que resultaria em uma produção adicional de 18 mil toneladas de hidrogênio”, explica Milton Rego, presidente-executivo da Abiclor.

Por ter uma matriz energética predominantemente limpa, o Brasil é considerado peça-chave para liderar a produção mundial de H2V, contribuindo para a descarbonização da economia global. “Com a crescente demanda por novas fontes de energia limpa e renovável, as indústrias de cloro-álcalis estão posicionadas para se tornarem produtoras e fornecedoras de hidrogênio verde, que poderá substituir combustíveis de origem fóssil como os derivados do petróleo”, complementa o executivo.