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Pesquisadores da UNESP descobrem novas substâncias eficazes contra o Aedes

O aumento no número de casos de dengue no Brasil nos últimos meses e a falta de alternativas eficazes para mitigar a disseminação da enfermidade, levaram a mobilização dos cientistas do Instituto de Química (IQ) da Unesp, em Araraquara, a buscar soluções para eliminar as larvas do mosquito causador da dengue, zika, chikungunya e febre amarela.

Um dos estudos foi realizado com plantas da família Malpighiaceae, amplamente distribuídas no Brasil, mas que ainda são pouco exploradas do ponto de vista químico. Os extratos foram testados contra as larvas do Aedes aegypti, cultivadas em laboratório. Os resultados foram animadores. “O extrato de uma das espécies matou 100% das larvas em 24 horas e outros dois extratos eliminaram 70% das larvas em 72 horas. verificamos que essas plantas produzem substâncias potencialmente inéditas, que ainda não foram descritas na literatura”, conta a pesquisadora Helena Russo, doutoranda do Instituto de Química.

Segundo a cientista, a espécie mais eficaz contra as larvas é do gênero Heteropterys, comum do cerrado brasileiro e abundante na região de Araraquara. A partir de agora, a cientista quer descobrir especificamente quais moléculas das folhas da planta foram as principais responsáveis por matar as larvas e avaliar a eficácia de diferentes concentrações do composto. Além disso, se novos resultados positivos se confirmarem, a ideia é avaliar a eficiência dos compostos contra a pupa (fase de desenvolvimento do mosquito posterior a da larva) e, depois, diretamente contra o mosquito adulto. 

Outra pesquisa em andamento no Instituto de Química da Unesp propõe uma nova estratégia para tornar mais eficiente o combate ao Aedes aegypti. O objetivo é inibir a atividade de uma proteína responsável por conferir energia ao inseto durante seu estágio de desenvolvimento. Derivada de um grupo químico chamado indazol, a molécula selecionada na pesquisa se mostrou eficaz para inibir o desenvolvimento larval de Aedes aegypti em testes preliminares, eliminando 76% das larvas em apenas 48 horas.

Fonte: Instituto de Química/Unesp