A planta industrial para produção de cloro-soda da CAPE Participações em Igarassu (PE) receberá R$ 290 milhões em investimentos para uma modernização tecnológica. À frente do projeto está a Chlorum Solutions, responsável pela gestão operacional da fábrica, que é integrante da Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor).
“Vamos fazer a atualização tecnológica dessa operação industrial, garantindo a continuidade do fornecimento desses insumos que são básicos e fundamentais”, afirmou Alfredo Kerzner, CEO da Chlorum Solutions, à Folha de PE.
Com capacidade para produzir 125 toneladas por dia de cloro equivalente, a fábrica é a única em operação no Estado de Pernambucano, sendo essencial para abastecer com matérias-primas outras indústrias e empresas de serviços da região, entre elas de produtos de limpeza e de tratamento de água e esgoto.
O projeto de modernização conta com o apoio do Programa de Desenvolvimento do Estado de Pernambuco (Prodepe) e envolve a construção de uma nova planta, mais moderna, que utiliza a tecnologia de membrana para a produção de cloro e seus derivados. O empreendimento vai substituir a planta atual, que utiliza mercúrio.
Tecnologias de produção
A produção de cloro e seus derivados é realizada pelo método da eletrólise, que consiste na passagem de corrente elétrica em uma solução de salmoura. Na tecnologia de membrana, mais moderna, os compartimentos anódico e catódico são separados por uma membrana seletiva a cátions, que permite apenas a passagem de íons de sódio. O cloro é produzido no compartimento do ânodo; soda cáustica e hidrogênio são produzidos no compartimento do cátodo.
A metodologia tradicional, que usa mercúrio, está sendo substituída no mundo todo em atendimento à Convenção de Minamata, que tem como objetivo eliminar o uso e as liberações antropogênicas deste metal. A modernização tecnológica da produção de cloro-álcalis é um tema prioritário entre as indústrias. Durante o 12º Seminário Técnico Internacional e Table Top Expo & Safety Workshop 2022, maior evento do setor na América Latina, foi realizado um seminário específico voltado às empresas que estão em processo de eliminação do uso de mercúrio.
“Toda a cadeia produtiva do setor de cloro-álcalis está comprometida com os Objetivos de Desenvolvimento Sustentável estabelecidos em 2015 pela Organização das Nações Unidas. As indústrias têm investido cada vez mais em processos, equipamentos e soluções que contribuam para a sustentabilidade”, explica Milton Rego, presidente-executivo da Abiclor.
