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Comunidade científica alerta para crise da água no Sudeste

O blog do jornalista Herton Escobar, hospedado no jornal O Estado de S. Paulo, destaca o ponto de vista da comunidade científica sobre a crise hídrica na região Sudeste.  A Academia Brasileira de Ciências divulgou um documento, chamado Carta de São Paulo, que reúne análises e recomendações para enfrentar a crise hídrica com base no encontro de especialistas realizado no final de novembro para discutir o assunto.

“Os dados apresentados mostram que os sistemas produtores de água – principalmente na Região da Macrometrópole Paulista – não dispõem de capacidade suficiente para garantir as vazões necessárias ao atendimento da demanda atual e projetada, em especial de abastecimento público. Os sistemas de abastecimento foram projetados para dar garantia de 95% no suprimento de água. Esta garantia mostrou-se frágil face à severidade dos recentes eventos extremos de seca, indicando a necessidade de melhoria da segurança hídrica, especialmente em face de situações climáticas desfavoráveis.

 Em médio e longo prazo esta situação se complica ainda mais, uma vez que as demandas tendem ainda a crescer. É evidente a necessidade de obras para aumentar a capacidade de reservação e distribuição dos sistemas, obras estas que levarão um tempo considerável para serem concluídas”.

Direta e objetiva, a carta focou na avaliação da situação atual e quais são as medidas cabíveis para a garantia de abastecimento futuro.  Ao destacar um sistema de gestão de recursos hídricos ineficiente, possui uma recomendação principal, que consiste na revisão e atualização imediata desse sistema, como assinala o documento:

Temos um sistema fragmentado, em que muito se discute sobre “quem manda” no uso dos recursos hídricos e pouco se decide sobre o que fazer, muito menos sobre quem tem a responsabilidade de realizar o que quer que tenha sido decidido. O resultado é muita discussão e pouca ação”.

 A única solução imediata é a redução drástica do consumo para o próximo ano. “É urgente a imediata estruturação e implementação de plano de contingência e emergência, contemplando medidas e ações emergenciais equitativas (…). Não basta premiar quem reduz o consumo. É preciso também punir quem aumenta o consumo”, diz o documento.

Confirma a íntegra da carta aqui.

 

Fontes: O Estado de S.Paulo (Blog – Herton Escobar) e Academia Brasileira de Ciências.