O selo Bandeira Azul, da Fundação para a Educação Ambiental, avalia dezenas de critérios entre qualidade da água e gestão ambiental.
A Fundação para a Educação Ambiental (Foundation for Environmental Education – FEE), uma organização não governamental presente em 77 países, mantém o programa Bandeira Azul, cujo objetivo é avaliar praias, marinas e embarcações marítimas sobre 34 critérios, entre gestão ambiental, qualidade da água, educação ambiental, segurança e serviços, turismo sustentável e responsabilidade social.
No Brasil, apenas 22 praias têm o selo, enquanto na Espanha, por exemplo, com a costa marítima 2.500 quilômetros mais curta que a nossa, há 615 praias certificadas. Tratamento de esgoto é um dos diferenciais, como evidencia o Ranking do Saneamento 2021, produzido pelo Instituto Trata Brasil: desde 2017, a cada ano, pelo menos 5.622 piscinas olímpicas de esgoto não tratado foram despejadas in natura em rios ou praias de todo o Brasil. Por outro lado, além da universalização de acesso ao saneamento básico, a Espanha é o país da União Europeia com maior vazão de reuso, outra técnica de saneamento relevante.
Entre as praias brasileiras com a Bandeira Azul da FEE, três ficam no estado da Bahia: Ponta de Nossa Senhora de Guadalupe (Ilha dos Frades), Itacimirim e Guarajuba (Camaçari). Todas estão situadas em localidades que contam com sistema de coleta e tratamento de esgoto operado pela Embasa, que atua com boas práticas de métodos biológicos, como tanque de aeração e lagoas de estabilização.
Os sistemas que atendem às duas regiões estão em processo de expansão. Na Ilha dos Frades, a companhia está preparando o processo de licitação para contratar a obra de ampliação até a localidade de Loreto. “Quando a infraestrutura de esgotamento sanitário de Loreto começar a funcionar, toda a área habitada da ilha passará a contar com rede pública de coleta e tratamento de esgoto”, explica Jucilene Sena, gerente da unidade da Embasa que atende a ilha.
As praias de Itacimirim e Guarajuba fazem parte do sistema da Barra do Pojuca, que se estende para a localidade de Monte Gordo. Por lá, houve investimento recente de R$ 33,8 milhões que resultou na implementação de 15 estações de bombeamento, 1.271 novas ligações domiciliares, além de 106 quilômetros em tubulações. “O trabalho da Embasa dá destinação correta ao esgoto coletado nos imóveis e, assim, contribuímos com a preservação do ambiente costeiro”, comemora a gerente regional da Embasa em Camaçari, Thaís Vieira.
Em cidades litorâneas, o tratamento de esgoto é meio para garantir a balneabilidade das praias, fator importante para a população humana e o ecossistema marinho. Etapa indispensável para o ciclo completo de saneamento básico, o esgotamento sanitário garante a preservação de fontes naturais de água e bloqueia a proliferação de doenças com ciclo de transmissão dependente do contato ou consumo de água.
