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Modelo matemático pode prever surtos de dengue por meio de dados meteorológicos

Pesquisa realizada pelo Impa (Instituto de Matemática Pura e Aplicada), publicada recentemente na revista Expert Systems With Applications, mostra que é possível prever um grande surto de dengue a partir de dados meteorológicos. Essas informações podem simplificar a vida de muitas cidades, que conseguirão se preparar para o problema com até seis meses de antecedência. 

O modelo ainda não é definitivo, uma vez que sua eficácia variou entre as cidades analisadas. As previsões para Rio, São Luís e Aracaju marcaram 100% no índice de acerto. Em Belo Horizonte, Manaus e Salvador, o modelo acertou 80% das vezes, sua média global. Já em Recife, foi registrado apenas 20%, indicando que o modelo desenvolvido pelo Impa ainda precisa ser aperfeiçoado. 

O trabalho é assinado por Pedro Maia (Universidade do Texas), Lucas Stolerman (Escola Médica de Harvard), Vitor Rolla e Luiz Velho (Impa). Os pesquisadores alimentaram o algoritmo de aprendizado da máquina diariamente com dados de chuva e de temperatura referentes ao período de 2001 a 2012 para cada uma das cidades. O teste para medir a precisão das previsões foi feito para os anos de 2013 a 2017. 

Como o modelo trabalha apenas com dados meteorológicos, ele só pode dizer “sim” ou “não” para a ocorrência de surtos de dengue nos meses seguintes, mas não consegue estimar o número de casos. Ele também não considera se houve ou não medidas para atacar diretamente os insetos, como destruição de criadouros, ovos e larvas, que podem amenizar o problema apesar das condições climáticas.

O uso efetivo dessa ferramenta depende do interesse de governos e financiadores para que a pesquisa possa avançar e se tornar mais efetiva e uma grande aliada no combate ao mosquito da dengue. 

Enquanto isso, continue tomando as precauções diárias: não deixe água parada em vasos, piscinas, bacias, tanques etc. Conte também com o cloro na limpeza e combate do Aedes. 

Cloro X Aedes aegypti

O poder do cloro no combate de possíveis criadouros do Aedes aegypti já foi comprovado cientificamente. A água sanitária (hipoclorito de sódio com concentração de cloro ativo entre 2,0% e 2,5%) mata as larvas do mosquito transmissor da dengue, chinkungunya e zika vírus.

O produto impede o desenvolvimento das larvas, que acabam morrendo, e tem atuação semelhante ao grupo dos inseticidas modernos denominados IGRs (inibidores do crescimento de insetos), quase inócuos aos mamíferos, mas muito eficazes em alguns tipos de insetos.

O hipoclorito de sódio, ou água sanitária, deve ser utilizado na higienização das casas para eliminar as larvas combatendo a proliferação do Aedes. Esse é um hábito a ser incorporado na rotina das famílias. Basta adicionar uma colher de sopa de água sanitária para cada litro de água e usar esta solução para lavar as áreas e objetos afetados pela inundação.

Fonte: Revista Expert Systems With Applications