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RJ e SP disputam água do Paraíba do Sul

Considerada pela Agência Nacional das Águas (ANA) como uma das alternativas para evitar problemas no fornecimento de água em São Paulo, a transposição do Rio Paraíba do Sul é um assunto que vem causando discórdia entre os governos paulista e fluminense, informa reportagem do Brasil Econômico. De acordo com a matéria, o governo do Rio não concorda com essa “divisão” porque acredita que o reservatório não tem capacidade para atender os dois estados. A ANA, por sua vez, diz que o projeto é viável, desde que o Rio faça os investimentos necessários para a melhoria do tratamento e da distribuição da água em seu território.

Em entrevista a publicação, o presidente do Instituto Estadual do Ambiente (Inea), Marilene Ramos, diz que o estado fluminense seria muito prejudicado com a transferência de água do Paraíba do Sul. “Ele é a única fonte de água do Rio”. “Preocupa muito a proposta de uso do Paraíba do Sul para abastecimento de São Paulo. Isso teria um impacto sobre um rio que já sofreu bastante estresse hídrico e degradação. A região do Vale do Paraíba teve uma explosão demográfica por contada industrialização. O Paraíba do Sul também sofreu muito coma exploração agrícola, agropecuária e o Desmatamento. Ele precisa de uma ação na sua recuperação, até para atender a uma possível demanda de São Paulo”, disse.

A opinião também é compartilhada pelo presidente do Comitê de Integração da Bacia do Paraíba do Sul (Ceivap), Danilo Vieira, que considera preocupante a proposta de transposição do Paraíba do Sul para São Paulo. “Nós entendemos a preocupação de São Paulo, mas temos de olhar esse plano com muito cuidado. Parte das soluções apresentadas para solucionar o problema da água na região metropolitana de SP alega que ela tem necessidade de 3 metros cúbicos por segundo do volume do Paraíba do Sul, mas podendo chegar a 15 metros cúbicos/ segundo e, se existe um projeto prevendo essa quantidade, é porque se vai chegar até lá”, opinou. “O Paraíba do Sul já está no limite necessário para o abastecimento público do Rio de Janeiro. Se forem desviados 15 metros cúbicos por segundo para São Paulo, isso, provavelmente, vai prejudicar o Rio”, finalizou.

A ANA deve organizar um encontro entre autoridades dos dois estados para resolver a questão nos próximos meses.

Fonte: Brasil Econômico, publicado em 28/1/2013.