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Mercado privado de saneamento cresce na esteira da crise hídrica

De acordo com reportagem do jornal Estado de S.Paulo, o medo da falta de água pode alavancar os negócios das empresas privadas de saneamento. As empresas privadas estão aproveitando o momento para vender sistemas de reúso de água e outras opções de abastecimento a indústrias e prefeituras. Sem água, muitas indústrias podem ser forçadas a interromper a produção. No setor de cosméticos e produtos de limpeza, a água representa de 70% a 90% dos componentes usado, segundo o empresário Cássio Barros, presidente da Universal Chemical (Unichem), uma das fábricas terceirizadas que atende clientes como Unilever, L’Oréal e Reckitt Benckiser.

Dessa forma, a crise hídrica, a maior conscientização dos empresários e um incremento na oferta de serviços da companhia, tiveram como consequência uma procura por serviços que visam reduzir a dependência das empresas nos serviços oferecidos pelas concessionárias.

A Unichem aproveitou a construção de sua quarta fábrica em um complexo industrial em Sarapuí, no interior de São Paulo, para fazer uma estação de tratamento de efluentes integrada e um sistema de reúso de água – que não existia. O sistema de reúso permitirá que a Unichem economize 10 milhões de litros de água por ano, cerca de 15% do seu produto total. Essa água será usada na limpeza e nos sanitários da empresa.

Outras empresas também vêm procurando serviços de reúso de água e alternativas de abastecimento. Os novos contratos podem aumentar a participação dos grupos privados, que hoje é de 10%, no mercado de saneamento.

O número de unidades de tratamento de efluentes administradas pela Nova Opersan dentro das empresas saltou de 28 para 62 no ano passado. Desde que foi criada pelo fundo P2 Brasil, do Pátria Investimentos, em 2012, a Nova Opersan fez seis aquisições e oferece serviços que vão do projeto ao descarte de efluentes.

O Grupo Águas do Brasil, o maior entre as empresas privadas do setor, reforçou a equipe comercial e espera que a crise de água em São Paulo abra oportunidades de novos contratos.

Fonte: O Estado de S.Paulo, 16/01/2015