Abiclor

Mercado de sistemas para água de reúso cresce rapidamente

O reúso da água em residências, condomínios, prédios e shopping centers já é uma realidade que vem ganhando muita força. Hoje com a crise da água, cresce a necessidade não só do planejamento hídrico de água, mas também o planejamento e a infraestrutura adequada para a água de reúso, que vem sendo uma das saídas encontradas e forma racional para amenizar o problema antes que se agrave de vez. Dessa maneira, as empresas oferecem infraestrutura e produtos para as ETES, que se tornam cada vez mais presentes nos empreendimentos, fazendo parte da política de sustentabilidade e da economia que gera nas contas da água. Outra saída é o aproveitamento da água da chuva, modo de utilizar um recurso disponível da natureza sem agredi-la.

Para esclarecer sobre possíveis dúvidas que as pessoas e clientes têm quanto aos benefícios da utilização da água de reúso, o engenheiro civil Fernando de Barros Pereira, gerente comercial da General Water, diz que praticamente não tem desvantagem nenhuma. Pelo contrário, quando viável do ponto de vista técnico e financeiro, um sistema de reúso de água agrega diversos benefícios. “Entre eles, estão a redução do consumo de água potável e consequente aumento da autonomia, a diminuição do descarte de esgotos no meio ambiente, a valorização do empreendimento através de certificações verdes, LEED (Leadership in Energy and Environmental Design, é um selo verde para edificações que incentiva a transformação dos projetos, obra e operação das edificações com foco em padrões internacionais de sustentabilidade), por exemplo, a diminuição de custos e a redução da pegada hídrica do empreendimento”, aponta. Pereira cita ainda as vantagens de economia de água da rede de distribuição no caso de um shopping center ou um condomínio comercial de grande porte. “Quando é implantado um sistema de reúso de água a partir do tratamento do esgoto gerado no local, a redução no consumo de água potável é da ordem de 50% a 60%”, indica.

“Com este recurso cada vez mais escasso, o reúso da água permite a redução do consumo, que gera, além da preservação dos aquíferos, economia na conta de água. Com a redução do consumo hoje, poderemos dispor da água no futuro, o que torna seu uso sustentável”, ressalta Nilson R. Queiroz, diretor da Tecitec. Além disso, ele reitera que, com a adoção de pequenas práticas diárias, é possível reduzir drasticamente o consumo de água. Por exemplo, consertar goteiras e vazamentos, tomar banhos curtos, não desperdiçar com lavagem de quintal e carros, regular as descargas, já que grande parte do consumo de água vem das descargas, entre outros.

“Na opinião de Leandro Pitarello, engenheiro químico da H2Life Brasil, devido à atual crise no abastecimento público de água, o reúso se torna fundamental em diversos setores da economia. “Entre os benefícios, podemos citar alguns empreendimentos residenciais e comerciais que tratam, da maneira devida, seus efluentes sanitários, possibilitando que a água tratada seja utilizada na rega de jardins, na limpeza de pátios e na descarga de vasos sanitários. O ponto negativo é que, neste caso, a água tratada não pode ser utilizada para fins potáveis”, diferencia.

Para a engenheira Sibylle Muller, diretora da AcquaBrasilis, o reúso de água oferece grandes vantagens para os usuários neste momento de crise hídrica. Isso porque permite preservar os recursos hídricos e reservar a água potável para fins nobres, trazendo boa economia na conta de água. “As águas de reúso substituem as águas potáveis nos pontos de consumo não potáveis, como descargas de vasos sanitários, rega de jardins e canteiros, lavagem de pisos e calçadas e em sistemas de ar condicionado. Para fazer isso, é necessário que se dividam as tubulações de alimentação em tubulações para água potável e tubulações para água de reúso”, explica. O reúso, segundo ela, pode ser feito a partir de águas tratadas de esgoto bruto ou de águas cinzas, que são aquelas que provêm de lavatórios, chuveiros e pontos de lavagem de roupas.

Esgotos diferentes

Há diferença quanto à água de reúso entre estes locais. Conforme Pereira, os diversos empreendimentos possuem diferentes tipos de esgotos, o que impacta na tecnologia utilizada para o tratamento dos efluentes e produção de água de reúso. “Empreendimentos residenciais, por exemplo, possuem um esgoto predominantemente doméstico. Já os comerciais têm esgoto com maior concentração de matéria orgânica devido à presença de restaurantes e praças de alimentação e da ausência de chuveiros em quantidade significativa”, explica.

O gerente comercial da GW aponta alternativas para cada caso. “Para empreendimentos residenciais, o mais viável é o tratamento das águas negras, que são o esgoto bruto, e das águas cinzas, provenientes dos chuveiros, pias e máquinas de lavar. Já nos comerciais, a melhor solução é o tratamento das águas negras, pois, apesar de ser mais complexo, há uma abundância de matéria-prima (esgoto), possibilitando a geração de grandes volumes de água de reúso”, recomenda.

Pitarello complementa e diz que a diferença não é de acordo com o local, mas, sim, com a atividade em questão e com o grau de contaminação da água. “Por exemplo, um efluente sanitário, independentemente do local de sua origem, não receberá o mesmo tipo de tratamento que um efluente industrial. No primeiro caso, a contaminação se dá, principalmente, pela presença de matéria orgânica. Já no efluente industrial, os principais poluentes são agentes químicos”, explica. Por isso, para cada caso, existem diferentes tipos de métodos e processos a serem utilizados para o correto tratamento da água. “Independentemente do tipo de efluente ou de sua origem, sempre o reúso trará um retorno financeiro considerável”, destaca.

“As estações de tratamento de esgoto (ETEs) para residências, condomínios, shoppings e prédios tratam a água para uso não potável (reúso), dependendo da utilização, dentro de características mínimas exigidas, como ausência de mau cheiro, para não proliferar pragas, não ser abrasiva, não fazer mal ao uso humano e não formar incrustrações nem agredir metais sanitários”, explica Queiroz. Esta água tratada não potável pode ser usada nos locais domésticos onde é gasta a maior parte de água potável, como descargas, lavagem de piso e regas de jardim.

Quanto a atingir a maior economia, Sibylle diz que será possível para os empreendimentos que conseguirem substituir maior volume de água potável por água de reúso. “Por exemplo, se pensarmos no reúso apenas em descargas de vasos sanitários, o empreendimento que tiver a maior proporção de volumes de água usados nos vasos sanitários terá a maior economia percentual alcançada”, calcula.

Novo paradigma: Consciência e planejamento

A conscientização sobre a crise da água trouxe um novo paradigma. Já está havendo um planejamento maior do reúso da água em residências, condomínios, prédios e shopping centers, aumentando a procura por materiais e infraestrutura de reúso de água por estes locais. O mercado está aquecido e cresce conforme o boom de notícias que chegam sobre a situação da crise e a necessidade de utilizar alternativas para a escassez.

Segundo Sibylle, a crise da água trouxe novo paradigma no que se refere à integração de sistemas de reúso nos empreendimentos residenciais e comerciais. “O que antes era uma opção de marketing ou um apelo ambiental passou a ser visto como um item importante e necessário. Clientes que antes estavam em dúvida se deveriam integrar sistemas de reúso passaram a ter certeza de que devem adquiri-los. Os empreendimentos em operação buscam soluções para diminuir seu consumo e fazem consultas para entender o que são sistemas de reúso, quanto custam a aquisição e a instalação e o que precisam realizar para integrá-los”, revela.

“Os grandes consumidores de água finalmente perceberam o quão estratégica é a questão do gerenciamento dos recursos hídricos”, diz Pereira. O resultado disso é que ocorreu um grande aumento da procura por soluções de reúso de água. “Houve um aumento de cerca de 200% na procura pelos serviços da General Water nos últimos 18 meses”, ressalta.

Para Pitarello, a população está se conscientizando sobre o tema e quase todos os condomínios, residências, prédios e shopping centers vêm investindo em tecnologias para o tratamento de água com o objetivo de reúso. “A procura está cada vez maior por esse tipo de solução e a tendência é que se torne uma prática comum nos grandes centros urbanos. Tudo indica que, num futuro próximo, todos esses empreendimentos sejam dotados de algum processo visando à reutilização de água”, prevê.

O diretor da Tecitec analisa de outra forma a percepção das pessoas sobre o problema da água. “Hoje, devido a ‘real’ falta de água, não houve conscientização, mas constatação de que o recurso é escasso. Por esse motivo, estamos recebendo um número muito grande de consultas para a construção de ETEs em prédios residenciais já prontos”, ressalta. Neste caso, fazer uma ETE depende de um estudo do local para verificação da tubulação de entrada e saída da água e espaço para instalação. Já em prédios que estão sendo construídos, segundo ele, há mais facilidade, pois desde a concepção do projeto é considerada a instalação da ETE e de toda a tubulação necessária. Qualquer que seja a ETE, em residência, shopping, condomínio ou prédio, o investimento terá retorno financeiro. “O investimento se paga em determinado tempo com a própria economia gerada com a redução da conta de água. Porém, se o esgoto tratado for muito pequeno, pode tornar-se inviável devido ao custo inicial de uma ETE”, avalia Queiroz.

Outra saída: aproveitar a água da chuva

“Apenas 3% da água do planeta é potável, o que é preocupante para as gerações futuras se não nos conscientizarmos agora”, adverte a engenheira sanitarista e ambiental Isabella Cantarelli, sócia da Hidraulis. De acordo com ela, “a palavra aproveitamento é mais bem empregada quando se fala sobre água de chuva”, o que é uma outra saída para a crise da água que traz junto uma conscientização sobre a utilização dos recursos disponíveis da natureza sem agredi-la. As vantagens vão desde economia financeira até preservação ambiental. “Pode-se diminuir o custo de água fazendo sua utilização dentro e fora da casa. Trata-se também de uma segunda opção de água caso haja corte ou redução de abastecimento pelos Serviços Autônomos de Água e Esgoto (SAAEs). Porém, mais importante do que estas questões é a possibilidade de contribuir com a sustentabilidade do meio ambiente”, destaca.

A diferença entre os empreendimentos que utilizam água da chuva está somente no tamanho do telhado da captação. “Quanto maiores o telhado e o reservatório, mais água é possível captar, ou seja, há maior economia na conta de água”, esclarece Isabella. Já para fins potáveis, é sempre necessário fazer análises da água antes de consumi-la. “Caso não esteja nos padrões de potabilidade, pode-se complementar com outras opções de tratamento até que a torne potável”, ressalta.

“Existe, sim, uma nova ‘onda’ de se economizar água por causa da crise hídrica do último ano. Alguns Estados já possuem legislações para se obrigar a coleta de água de chuva em novas construções. E a tendência é que se tornem leis federais”, assegura. Quanto ao aumento considerável da procura por soluções hídricas tanto em residências quanto em grandes empreendimentos, a sócia da Hidraulis se posiciona: “A responsabilidade sobre o uso da água não é somente dos governantes, mas sim de cada um que a utiliza”, afirma.

Outra saída: aproveitar a água da chuva

“Apenas 3% da água do planeta é potável, o que é preocupante para as gerações futuras se não nos conscientizarmos agora”, adverte a engenheira sanitarista e ambiental Isabella Cantarelli, sócia da Hidraulis. De acordo com ela, “a palavra aproveitamento é mais bem empregada quando se fala sobre água de chuva”, o que é uma outra saída para a crise da água que traz junto uma conscientização sobre a utilização dos recursos disponíveis da natureza sem agredi-la. As vantagens vão desde economia financeira até preservação ambiental. “Pode-se diminuir o custo de água fazendo sua utilização dentro e fora da casa. Trata-se também de uma segunda opção de água caso haja corte ou redução de abastecimento pelos Serviços Autônomos de Água e Esgoto (SAAEs). Porém, mais importante do que estas questões é a possibilidade de contribuir com a sustentabilidade do meio ambiente”, destaca.

A diferença entre os empreendimentos que utilizam água da chuva está somente no tamanho do telhado da captação. “Quanto maiores o telhado e o reservatório, mais água é possível captar, ou seja, há maior economia na conta de água”, esclarece Isabella. Já para fins potáveis, é sempre necessário fazer análises da água antes de consumi-la. “Caso não esteja nos padrões de potabilidade, pode-se complementar com outras opções de tratamento até que a torne potável”, ressalta.

“Existe, sim, uma nova ‘onda’ de se economizar água por causa da crise hídrica do último ano. Alguns Estados já possuem legislações para se obrigar a coleta de água de chuva em novas construções. E a tendência é que se tornem leis federais”, assegura. Quanto ao aumento considerável da procura por soluções hídricas tanto em residências quanto em grandes empreendimentos, a sócia da Hidraulis se posiciona: “A responsabilidade sobre o uso da água não é somente dos governantes, mas sim de cada um que a utiliza”, afirma.

Outra saída: aproveitar a água da chuva

“Apenas 3% da água do planeta é potável, o que é preocupante para as gerações futuras se não nos conscientizarmos agora”, adverte a engenheira sanitarista e ambiental Isabella Cantarelli, sócia da Hidraulis. De acordo com ela, “a palavra aproveitamento é mais bem empregada quando se fala sobre água de chuva”, o que é uma outra saída para a crise da água que traz junto uma conscientização sobre a utilização dos recursos disponíveis da natureza sem agredi-la. As vantagens vão desde economia financeira até preservação ambiental. “Pode-se diminuir o custo de água fazendo sua utilização dentro e fora da casa. Trata-se também de uma segunda opção de água caso haja corte ou redução de abastecimento pelos Serviços Autônomos de Água e Esgoto (SAAEs). Porém, mais importante do que estas questões é a possibilidade de contribuir com a sustentabilidade do meio ambiente”, destaca.

A diferença entre os empreendimentos que utilizam água da chuva está somente no tamanho do telhado da captação. “Quanto maiores o telhado e o reservatório, mais água é possível captar, ou seja, há maior economia na conta de água”, esclarece Isabella. Já para fins potáveis, é sempre necessário fazer análises da água antes de consumi-la. “Caso não esteja nos padrões de potabilidade, pode-se complementar com outras opções de tratamento até que a torne potável”, ressalta.

“Existe, sim, uma nova ‘onda’ de se economizar água por causa da crise hídrica do último ano. Alguns Estados já possuem legislações para se obrigar a coleta de água de chuva em novas construções. E a tendência é que se tornem leis federais”, assegura. Quanto ao aumento considerável da procura por soluções hídricas tanto em residências quanto em grandes empreendimentos, a sócia da Hidraulis se posiciona: “A responsabilidade sobre o uso da água não é somente dos governantes, mas sim de cada um que a utiliza”, afirma.

Fonte: Revista TAE, Edição abril/maio de 2015