Abiclor

Presidente da Abiclor participa da Reunião Anual do World Chlorine Council 2022

Milton Rego, presidente da Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados (Abiclor) e também da Associação Latino-Americana da Indústria de Cloro, Álcalis e Derivados (Clorosur), esteve presente na Reunião Anual do World Chlorine Council 2022, representando as principais indústrias produtoras de cloro-soda da América Latina e Caribe. O evento foi realizado entre os dias 12 e 13 de outubro, pelo World Chlorine Council (WCC), reunindo associações de diversos países, entre eles Estados Unidos, Europa, Índia, Japão, China e Coréia. O WCC é uma rede internacional de associações comerciais nacionais e regionais que representam as indústrias de cloro e produtos clorados em mais de 27 países.

O evento foi realizado em Baton Rouge, capital do estado americano da Lousiana, e contou com apresentações de especialistas, que abordaram temas atuais e de extrema importância para a indústria de cloro-soda mundial relacionados a três pilares: comunicação, ciência e segurança.

Conheça alguns dos tópicos discutidos no encontro mundial:

Comunicação

A comunicação das indústrias químicas em geral é um tema sensível em qualquer parte do mundo. Para as indústrias do setor de cloro-álcalis, que estão na base de diversos processos industriais, o desafio é demonstrar a importância do segmento, destacando os benefícios de seus produtos e as diversas ações voltadas para a responsabilidade socioambiental. “As indústrias de cloro-álcalis precisam se comunicar de forma clara e, muitas vezes, de forma educadora para demonstrar a importância do segmento para a sociedade”, explica Milton Rego.

Durante o WCC, buscou-se alinhar os esforços de comunicação para o bem do setor, com a apresentação de cases de países que estão avançados quanto à divulgação de informações sobre determinados temas, servindo de benchmarking para outros mercados. Foram apresentados cases especialmente da Europa, que está na vanguarda do setor químico e tem protagonismo em várias pautas sociais, e dos Estados Unidos, que por trabalharem muito próximos à Organização das Nações Unidas, têm desenvolvidos ações voltadas aos Objetivos de Desenvolvimento Sustentáveis.

Durante o evento, foi destacada a realização da próxima Conferência da ONU sobre Água em 2023 na sede da organização, em Nova Iorque, Estados Unidos, que tem como proposta fazer uma revisão da ação “Água para o Desenvolvimento Sustentável”. “Este é um tema de extrema importância para as indústrias de cloro-álcalis, pois os produtos produzidos pelo setor são os principais agentes de saúde pública, amplamente utilizados no mundo todo, sendo primordiais no processo de tratamento de água e esgoto”, comenta o presidente da Abiclor.

Ciências

No campo das “Ciências”, o WCC companha e subsidia as associações em relação à regulação relacionada aos produtos químicos, estando a Europa à frente desse assunto. “Há muitos estudos nesse sentido e também muito intercâmbio de informações entre os pares”, explica Milton. Muitos desses temas já estão sendo discutidos no âmbito da Clorosur e da Abiclor.

Outro tem debatido no encontro foi o phase out das plantas que utilizam a tecnologia de mercúrio nas células eletrolíticas. Em atendimento à uma convenção internacional, as empresas estão eliminando gradativamente esta tecnologia. As associações estão acompanhando e também dando subsídios às indústrias com informações e melhores práticas. No 12º Seminário Técnico Internacional e Table Top Expo & Safety Workshop 2022, promovido pela Clorosur no Brasil entre os dias 20 e 23 de novembro, haverá uma palestra específica sobre o assunto.

Pesquisa e Desenvolvimento foram outro ponto de destaque. Segundo Milton Rego, a indústria química é sem dúvida a que mais investe em pesquisa e desenvolvimento, tanto de processos, quanto de produtos. Em 20 anos, as indústrias de cloro-soda inovaram de forma substancial o processo de produção de cloro, passando para processos com cada vez menos impacto no meio ambiente.

Além disso, as indústrias deverão investir em processos cada vez mais limpos com o objetivo de diminuírem a suas pegadas de carbono. Isso necessariamente significa melhorar a utilização de energia dentro dos processos, incluindo o aumento da utilização de fontes limpas.  O Brasil e alguns outros países da América Latina levam vantagem nesse quesito, uma vez que a maior parte da geração de energia elétrica é proveniente de fontes limpas e renováveis.

“Essa é uma questão fundamental, pois o segmento de cloro-álcalis é energointensivo, e a utilização de fontes limpas é essencial para a diminuição da pegada de carbono pelas indústrias. A Europa tem o compromisso de tornar o continente carbono zero até 2050, o que exigirá um esforço gigantesco, pois, para cada emissão gerada, será necessário realizar a sua neutralização”, explica o executivo.

Segurança

Este é um tema prioritário para todas as associações e foi muito discutido na Reunião Anual do World Chlorine Council 2022. “É muito claro para todos os players do segmento químico a sensibilidade e a importância deste tema”, destaca Milton. A busca constante para prevenir  acidentes é objetivo de todos, de forma global. Com o avanço na segurança de processos, o foco principal das indústrias tem sido no manuseio, armazenamento e transporte dos produtos.

Cenários

O encontro também ofereceu uma boa visão sobre a atual situação das principais regiões produtoras de cloro-álcalis no mundo e seus principais desafios. A Europa, que sempre esteve na vanguarda da produção de produtos químicos, atualmente enfrenta uma situação crítica em decorrência dos efeitos da guerra entre Rússia e Ucrânia. A crise de energia está afetando as indústrias do continente, abrindo oportunidades para outros países, como os Estado Unidos, que possui uma excelente infraestrutura e energia extremamente competitiva.

Entre os países asiáticos, a Coreia do Sul e a Índia estão aumentando a sua participação na oferta mundial. Já a China, é o grande mercado consumidor e produtor, com grande destaque no cenário internacional. “É impossível pensar em indústria, inclusive a química, sem pensar no mercado chinês”, pondera Milton Rego.

Os países em desenvolvimento da América Latina, Índia e Europa Oriental possuem características em comum, entre eles os problemas e desafios. Os latinoamericanos possuem a vantagem de já contarem com matrizes energéticas mais limpas, fator de competitividade em um mundo que busca cada vez mais a utilização de produtos verdes. “A percepção de outros países é que estamos à frente nessa questão de sustentabilidade e estão atentos aos movimentos que estão ocorrendo por aqui”, detalha o presidente da Abiclor.

Esse fato demonstra que para que a região da América Latina supere os desafios, é de extrema importância a necessidade de uma política de governo voltada para a indústria local e baseada na capacidade energética verde de cada país, principalmente o Brasil.

Política de fomento à indústria química

Entre os pontos discutidos durante a Reunião Anual do World Chlorine Council 2022, ficou evidente a necessidade do Brasil em estabelecer uma política consistente de fomento à indústria química do país.

Todos os representantes das associações participantes deixaram claro que os governos de seus países possuem ou estão em processo de implantação de medidas que propiciem o crescimento e aumentem a competitividade do setor. Entre os principais entraves para o crescimento estão questões relacionadas à energia, infraestrutura, legislação, sistema de financiamento, políticas de fomento e abertura econômica.

“Entendemos que este é um ponto que o Brasil precisa enfrentar. Por isso, este ano, promovemos reuniões e encaminhamos às equipes dos presidenciáveis as principais reivindicações do setor de cloro-álcalis”, destaca Milton Rego.

Para saber mais sobre o tema, acesse o link Abiclor apresenta as principais reivindicações do setor de cloro-álcalis aos presidenciáveis.