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Importados dificultam crescimento da indústria química

A indústria química nacional tem sofrido dificuldades neste ano, como câmbio valorizado, preços elevados de energia elétrica e gás natural, logística deficiente e falta de incentivo para as empresas. A concorrência dos produtos importados também é grande, já que a indústria química e petroquímica dos EUA têm conquistado investimentos com o baixo preço do gás de xisto, segundo o jornal Valor Econômico.

“O Brasil tem vocação natural no ramo; em 2022 o País deverá ser o quarto maior produtor de petróleo do mundo e até 2030 deverá triplicar sua produção de gás natural, além da liderança em química renovável, com a produção de etanol. Mas esse futuro promissor depende da redução do custo de produção e de uma política industrial ativa”, destaca o presidente da Associação Brasileira da Indústria Química (Abiquim), Fernando Figueiredo. “Podemos ter um futuro brilhante”, afirma.

No setor de químicos, os importados representam 35% do consumo, sendo que há 20 anos, não superavam 15%. Essa perda de participação de mercado coincide com a alta de custos, principalmente da matéria-prima e do gás natural. A energia, por exemplo, corresponde a 20% dos custos de produção. Uma das soluções é a exploração do gás que existe nas camadas de pré-sal. Informações do jornal Valor apontam que, com ele, seria possível aumentar a oferta de insumo no Brasil entre 40 e 150 milhões de metros cúbicos diários.

A cana de açúcar posiciona o setor em um patamar diferenciado em relação à química verde e à criação de resinas sustentáveis, que começam a ganhar espaço, mas ainda falta apoio para que o mercado cresça. “Aqui não existe apoio, apesar da liderança que o país pode ter na área enquanto vários segmentos, como a indústria de cosméticos começam a avaliar opções renováveis de embalagens renováveis”, diz o presidente da Abiquim.

Fonte: Valor Econômico, 26/09/14