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Saneamento básico: municípios pobres dependem da presença do Estado

Segundo o jornal Valor Econômico, o Plano Nacional de Saneamento Básico (Plansab) prevê que dentro de 20 anos, 93% dos domicílios do país em áreas urbanas terão esgotos coletados e tratados. Mas para que a meta seja alcançada os investimentos terão de triplicar, de acordo com os números fornecidos em 27 de setembro pela última Pesquisa Nacional por Amostra de Domicílio (Pnad). O número de residências no País conectadas à rede de esgoto subiu de 55,0% em 2011 para 57,1% em 2012, segundo a Pnad, um aumento de apenas 2,1 pontos percentuais em 12 meses.

Segundo os especialistas ouvidos pelo Valor, se não houver participação de todos os atores – União, Estados, municípios e iniciativa privada -, o País ficará devendo serviços essenciais para a população, especialmente para a parcela mais pobre. Hoje, 75% da população são atendidas por empresas estaduais, 20% está nas mãos das prefeituras e apenas 10% com a iniciativa privada. “A meta das concessionárias privadas de saneamento é chegar a 30% da população nos próximos 10 anos”, diz Édison Carlos, presidente do Instituto Trata Brasil.

Em estudo divulgado no início de outubro, o Instituto Trata Brasil mostrou que também as grandes cidades continuam em dívida com o saneamento. “Se analisarmos o ranking das cem maiores cidades do país os números mudam pouco”, diz Édison Carlos, presidente do instituto. “Cerca de 92% da população dessas cidades tem água tratada, o que significa dez pontos percentuais acima dos números nacionais. E 61,4% dessa população têm coleta de esgoto – contra 57,1% do país. E o tratamento de esgoto das grandes cidades é igual à média do país”, afirma. “Isso significa que as cem maiores cidades não conseguem fazer nada a mais que a média do país em tratamento de esgoto.”

 

Valor Econômico: Edição de 15/10/2013