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Saneamento: apenas 10% do mercado está sob concessão privada

Políticos têm tentado passar a mensagem de que a iniciativa privada é bem-vinda para alavancar os investimentos. Com o setor de saneamento não é diferente, com o adicional de que, até então, a avaliação do empresariado é de que ele foi por muito tempo relegado ao segundo plano, por ser considerado um tipo de investimento que “não aparece” e, portanto, gera menos capital político mostra reportagem do Jornal Valor Econômico.

As maiores empresas de saneamento urbano, representantes do Ministério das Cidades, Caixa Econômica Federal (CEF) e Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) que participaram recentemente de um evento em São Paulo destacaram a participação da iniciativa privada como parte da solução para ajudar a garantir o cumprimento do Plansab (Plano Nacional de Saneamento Ambiental), informa reportagem do jornal Valor Econômico.

Para o Secretário Nacional de Saneamento Ambiental da pasta, Alceu Segamarchi Junior,  a solução para o saneamento passa pela participação privada, ressaltando que o Ministério das Cidades tem R$ 7,5 bilhões em orçamento para o setor que não foram contratados. São recursos do FFTS, que poderiam ser usados projetos na área. O secretário disse as companhias estatais não têm mais condições de se endividar e as Prefeituras estão com as contas apertadas. Já a iniciativa privada, que poderia tomar esses recursos, responde por uma parcela pequena do mercado de saneamento, operando em apenas 5% dos municípios.

A expectativa dos empresários do setor é que esse quadro mude com a sinalização do  presidente interino Michel Temer de atrair a iniciativa privada. Atualmente, apenas 10% do mercado de saneamento brasileiro – 20 milhões de pessoas – está sob concessão privada, ante um potencial de pelo menos 30% que a indústria privada tem condições de suprir pelos próximos dez anos, segundo estimativas do setor.

O restante está nas mãos de empresas públicas estaduais ou municipais.