Abiclor

Projetos buscam otimizar uso da água na agricultura

Visando a economia de água, três pesquisas do Departamento de Engenharia de Biossistemas (LEB), da Escola Superior de Agricultura Luiz de Queiroz (Esalq) da USP, em Piracicaba, buscam formas de reduzir sua utilização nas atividades agrícolas. Para a irrigação, a equipe do professor professor Tarlei Arriel Botrel desenvolveu um microtubo de comprimento variável. Outro estudo, realizado por Luiz Fernando Novello, especialista em gerenciamento ambiental e funcionário do Departamento, testou a viabilidade da captação de água das chuvas nos edificios do campus de Piracicba. Os riscos das variações climáticas para o futuro da produção de cana-de-açúcar são pesquisados pela pós-graduanda Helena Maria Soares Pinto, orientada pelo professor Fabio Marin.

O microtubo de comprimento variável, acessível ao produtor e já aplicado em várias culturas, permite que a vazão de água no momento da irrigação por gotejamento seja uniforme em cada parte do terreno, independente do desnível ou da perda da pressão por conta da energia de atrito durante a passagem da água dentro do tubo. “A vazão uniforme se dá porque, para cada necessidade, o microtubo tem seu comprimento ajustado. Adaptando cada planta a um microtubo diferente, mesmo com a variação da pressão devido a algum desnível, todas as partes do terreno recebem a mesma quantidade de água. Essa é a maneira que encontramos para manter uma irrigação uniforme”, explica Botrel.

Além da economia de água, o baixo custo também é um benefício. “O microtubo é mais fácil de adquirir e de construir do que o gotejador tradicional. Então temos a economia de água aliada à redução de custos”, acrescenta Botrel. Luiz Fernando Novello, especialista em gerenciamento ambiental e funcionário do Departamento de Engenharia de Biossistemas, realizou uma pesquisa abrangendo o campus Luiz de Queiroz da USP, em Piracicaba, para avaliar o potencial da captação de água de chuva para fins não potáveis no período de outubro de 2013 a março de 2014. Observando o tamanho significativo da maioria dos telhados dos prédios do campus, o objetivo foi identificar o quanto estas coberturas — em teoria — seriam capazes de captar água da chuva.

Segundo Novello, para chegar ao resultado, foi necessário avaliar três fatores — a área de captação, a precipitação local e a demanda dessa água de chuva. “Minha demanda por água foi a de fins não potáveis, que são as utilizadas em vasos sanitários, mictórios, irrigação de jardim, lavagem de calçada, tratores, maquinários agrícolas e irrigação de pequenas estufas, e também na parte de laboratórios, para fins de uso em destiladores”, explica.

Fonte: Agência USP, 08/08/2014