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Indústria química brasileira registra declínio na demanda e nas vendas internas em 2015

Informações preliminares da equipe de Economia e Estatística da Abiquim mostram que os índices de volume de vendas internas e de demanda nacional recuaram no ano passado. As vendas internas encolheram 5,37%, enquanto a demanda nacional por produtos químicos de uso industrial, medida pelo Consumo Aparente Nacional (CAN), teve retração de 6,8%, ambas em relação ao ano anterior.

Os números colocam 2015 na posição de um dos piores anos das últimas duas décadas de análise. Como é fornecedora de produtos para segmentos da indústria afetados pela crise econômica, a atividade interna fraca levou a indústria química a buscar alternativas para manter seus ativos em operação mínima. Para a diretora de Economia e Estatística da Abiquim, Fátima Giovanna Coviello Ferreira, isso explica a alta de 10,6% em volume de exportações sobre 2014, como busca das companhias pelo mercado externo a fim de manter produção e utilização da capacidade em níveis mais seguros de operação.

O aumento das exportações manteve o nível de produção praticamente estável, com ligeira alta de 0,46% no mesmo período, e no de utilização da capacidade instalada, que ficou em 78%, um ponto abaixo do patamar registrado em 2014. Por outro lado, a desaceleração da atividade interna e a desvalorização do real também afetaram o volume importado, que não só caiu no ano passado, como também passou a representar uma fatia menor do consumo de produtos químicos no mercado brasileiro em termos percentuais. As importações, em volume, caíram 21,6% em 2015 sobre 2014. Assim, apesar do declínio das vendas internas, o produtor local ganhou 5,4 pontos do share do mercado doméstico.

Para Fátima Giovanna, “a adoção de medidas adequadas e que deem previsibilidade de longo prazo e segurança são essenciais para ajudar o País a voltar para a trajetória de crescimento. O problema é que para a química não há tempo a perder. As oportunidades existentes no País também estão na mira de análise de outros países ao redor do mundo. Apesar de o Brasil ainda ser um dos países mais atrativos em vários aspectos, especialmente pelo tamanho do seu mercado, uma vez perdida a chance, será preciso aguardar um novo ciclo de expansão da demanda”, alerta Fátima Giovanna.

Fonte: Abiquim