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Brasil ocupa 112º posição em saneamento entre 200 países

No ranking de países que mais avançaram em saneamento nos últimos 12 anos, realizado pelo Instituto Trata Brasil, o País aparece na 112º posição, atrás da Argentina, Uruguai, Chile, Omã, Síria, Arábia Saudita e Egito, conforme reportagem divulgada pelo jornal O Globo. Segundo o estudo, esse resultado não significa necessariamente que esses países tenham um saneamento melhor do que o Brasil, mas que apresentaram mais melhoras no período analisado. O estudo mostra inclusive que, no Brasil, houve queda no ritmo da expansão do saneamento. Nos anos 2000, era de 4,6% ao ano. Nesta década, está em 4,1%.

“O País avança, mas é aquém do necessário. Passamos as décadas de 70 e 80 quase sem investimentos, e as cidades cresceram sem qualquer planejamento”, disse Édison Carlos, presidente do Instituto Trata Brasil.

Esse déficit e o avanço fora da velocidade adequada – ainda que entre 2009 e 2013 mais de 19 milhões de pessoas tenham passado a ter acesso à rede geral coletora de esgoto – têm impactado o dia a dia dos brasileiros em áreas distintas, como Saúde, Educação, trabalho e turismo. No Brasil, a taxa de mortalidade, em 2011, era de 12,9 mortes para 1000 nascidos vivos. Países com melhor cobertura sanitária chegam a 4,3%. Com o avanço do saneamento, o número de internações por conta de infecções gastrointestinais seria diminuído e, além disso, por conta de trabalhadores afastados por diarreia e vômito, em 2012, o Brasil teve um custo de mais de R$ 1 bilhão com horas não trabalhadas.

A Educação também é outra área muito afetada. A pesquisa mostra, com base nos dados da Pnad 2012, que os alunos que vivem em áreas sem acesso à coleta de esgoto têm atraso escolar maior dos que têm a mesma condição socioeconômica, mas estão em locais com coleta.

Fonte: O Globo, 19/03/2014