Abiclor

A importância da detecção de gases nas estações de tratamento

Proteção da integridade de operadores e equipamentos depende do uso correto de sensores

Os procedimentos de segurança em Estações de Tratamento de Água e Esgoto (ETA e ETE) impõem o monitoramento da proliferação e do vazamento de gases. O processo de sanitização de efluentes, por exemplo, resulta na geração de gases inflamáveis ​​e tóxicos, incluindo metano e sulfeto de hidrogênio. No caso do tratamento de água, dependendo do processo utilizado, é preciso garantir que os equipamentos não permitam vazamentos de amônia e cloro, entre outros gases.

Há uma ampla gama de equipamentos de detecção de gases com variedade de tecnologias de sensores para atender diferentes tipos de estações de tratamento. Para determinados operadores que atuam em estações e acessam espaços confinados há detectores portáteis – para a proteção individual.

Para a escolha do equipamento adequado, até a “segurança” do próprio sensor deve ser levada em conta. O sulfeto de hidrogênio, por exemplo, é um gás corrosivo para determinados metais, como aço, latão e cobre; nesses casos, escolher um sensor envolto em uma carcaça de aço inoxidável é a melhor alternativa.

As aplicações para cloro gás liquefeito

O cloro é um dos elementos químicos mais vantajosos para o funcionamento de ETA e ETE, bem como para o resultado do tratamento de água e esgoto. Na forma liquefeita, possibilita facilidade para o transporte, o que se dá com excelentes resultados quanto à segurança (leia mais), de acordo com dados da Abiclor (Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados).

Devido à toxicidade do gás cloro, nos locais de carga e descarga, armazenamento e uso desse insumo, são necessários procedimentos para garantir que ações de emergência sejam imediatamente iniciadas, quando necessário.

“Um sensor para detecção de cloro dispara alarmes sonoro, visual e eletrônico. Além do alerta aos operadores da estação, o equipamento pode iniciar o funcionamento do lavador de gás, possibilitando a ação segura da equipe de emergência”, explica Carlos Ramos, coordenador de Desenvolvimento de Produto da Hidromar.

O lavador de gás, explica o especialista, aspira o ar contaminado e o direciona para uma torre, onde é aplicada uma “chuva neutralizante”. No caso do cloro, é utilizada uma mistura de água com soda, na proporção de 4 para 1. “O funcionamento do lavador de gás pode ser mantido por horas, até que o vazamento de cloro seja encontrado e devidamente estancado”, conclui Ramos.

As tecnologias de sensores de gases

Há quatro tipos de sensores para a detecção de gases: eletroquímicos, semicondutores, infravermelho (IR) e catalíticos.

Os sensores eletroquímicos são indicados para estações de tratamento que monitoram deficiência ou enriquecimento de oxigênio. Essa tecnologia é aplicável também nos casos em que é necessário detectar baixos níveis de gases tóxicos, como sulfeto de hidrogênio ou cloro.

Para a operação em ambientes mais quentes ou com umidade, os sensores semicondutores são capazes de alcançar uma vida útil mais longa do que os equivalentes eletroquímicos. São mais empregados onde é necessário monitorar concentrações de sulfeto de hidrogênio.

Os sensores IR (infravermelho) são ideais para detectar gases explosivos, como metano ou dióxido de carbono, e para operação em locais altamente corrosivos com presença significativa de sulfeto de hidrogênio. A medição funciona com base no princípio de que cada gás absorve luz em um comprimento de onda único dentro do espectro IR.

A temperatura é a variável que permite aos equipamentos catalíticos a medição da concentração de um determinado elemento químico no ar. A superfície do sensor faz a combustão do gás e a queima muda a resistência elétrica do elemento de medição, de forma proporcional, o que permite a um circuito eletrônico dimensionar a quantidade do respectivo gás.